Não é arrependimento é medo
Não é descaso é confusão
Não é covardia é experiência
Não é negação é planejamento
E sim…
…sempre pode haver um pouco de mentira
Não é arrependimento é medo
Não é descaso é confusão
Não é covardia é experiência
Não é negação é planejamento
E sim…
…sempre pode haver um pouco de mentira
Sim é uma juventude característica de um tipo de personalidade e sim; ela é extremamente sentimental gerando desta maneira aquele impulso frenético que trouxe você até onde está.
O problema é a motivação.
Para conviver na montanha-russa emocional que tal personalidade lhe propõe é necessário despreender-se de certos decoros e já há algum tempo isso tem me gerado problemas.
Estou um pouco cansado do romantismo que ostensivamente me gera descrédito.
A idade por sua vez, entra no esgotamento da possibilidade de se sentir desnecessário e estes dois fatores sedimentam queratina nos já grossos cascos.
Sei que jamais esta alma virá a ser completamente despreendida de sentimentos e não possuo nada assim como objetivo, mas estou cansado e a fim de me preservar o que acaba por me deixar mais frio.
No mais,
hoje já não sei se o impulso romântico é um traço da minha personalidade
ou um desvio do meu caráter.
É curioso observar como a idade vai determinando nosso comportamento
Como isso é claramente subclassificado em fases
Como cada modo de se comportar é tão característico de uma faixa-etária
Você é criança, pré-adolescente, adolescente, jovem e derepente
..não mais que de repente
Começa a parar de chamar as suas amigas de meninas
Elas viram mulheres, mães
E você descobre que isso faz de você também um adulto
Alguns vestem ternos, até mais cedo
Muitos engordam e perdem o cabelo
Tenho amigos que entraram num dito comportamento adulto tão cedo
Que hoje parecem fisicamente ter a idade de seus pais
(Ôpa, seu pai não ficou mais jovem…)
Comecei a me cobrar uma certa postura
Não exatamente mexer no guarda-roupa
Ou renegar qualquer passado
Mas simplesmente abandonar certas crenças
Sair do desvio e aceitar a enxada
E comecei hoje
Isso só pode significar duas coisas
Ou estou amadurecendo
Ou dessentimentalizando
Uma agulha
Uma moeda de 1752
Uma rolha com três nomes assinados
Três amuletos mágicos de três metais diferentes
Um saquinho de plástico com adesivos dos anos oitenta
E isso;
“Deliberadamente fodo
essas cores, esses medos
esses lodos, essas flores
como quem inventa e
se contenta
como quem esquece
e se convive
entorpecido
das peles contundentes
dos ouvidos
e desejos
suas raspas
seus restos
sem aspas
sem gestos
sem roupas”
tictactictactictactictactictac…
Nasci da trepada mal-dada de um semi-deus e uma górgona, nem conto mais há quantas luas…
Manter a CNTP interna começou como um sonho distante para o qual não ligava muito visto o imediato, tão gigantesco e acolhedor que seus efeitos colaterais passavam despercebidos.
Quando esta potência espiritual dispersou, pude finalmente notar a erosão e ao invés de fazer planos e recriar estruturas, achei que a melhor maneira de recomeçar era acabando com tudo de uma vez.
Talvez essa idéia não tenha sido tão boa.
O fato é que meu talento não era nenhuma pirâmide capaz de resistir às tribulações. Minha casa por mais passional, flamejante e agregadora – e eu não sabia disso, mas… – estaca em areia…
…e a Babilônia viu seus jardins secarem à sombra dos garfos projetada pelas tochas dos camponeses vizinhos.
Meu sonho gigantesco e acolhedor morrera.
Mais que imediatamente comecei a me preocupar com a tal condição normal de temperatura e pressão interna, mas não sem antes “dançar com o demônio à luz do luar”.
Kilômetros não mais representavam distância e enquanto o asfalto corria e a luz do céu piscava em preto e branco/dia e noite. A orda batia as asas em busca de qualquer excesso que cessasse o pensamento, qualquer veneno que distorcesse as conclusões ou calasse o super-ego.
Ladrões de sentimentos de baixo calão em vôo livre e desvetorizado. Tropeços emocionais em curto.
Aí não havia mais amor, zelo, harmonia, quanto mais a tal CNTP.
Nada havia de normal na montanha-russa desregulada; a operação dos meus neurotransmissores.
Em algum momento, notei que já havia perdido tanto peso quanto respeito e resolvi procurar ajuda.
Descobri que não havia espaço de baixo custo para tão larga e volumosa insanidade e de repente ocupar meu tempo e diminuir meus acessos pareceram a melhor opção de tratamento.
Fui para Tebas ter com a esfinge, Gomorra já tava ficando um saco!
E navegando na intersolidão
Dei com um vídeo teu
E você falava tantas coisas sérias
Para variar um pouco
Vi que perdeu o português
E ganhou cores de outra bandeira
Foi, viu e venceu
Esqueceu
Nem lembrava tanto de ti
Mas como um doce de avó na infância
Sua voz me soou absurdamente familiar
Intimidade nunca data
E de repente somos virtualmente eternos
Eternas informações em trânsito que somos
Há tantas repetidoras de distância
Em links óticos de saudade
Foi bom te “ver”